domingo, janeiro 28, 2007

Perspectivas


Ainda era tarde nos dias em que anoitece cedo,
Mais uma, correndo larga para o esquecimento,
E eu sabia não ter por de perder não ter medo
Mas "não querer é poder" a qualquer momento.

Ainda, entre um pulsar latente e sem sentido,
Compassado no tempo próprio do desalento,
Meio coração latejante, ardendo, oprimido,
Mediando a vida, dobrado da morte o intento.

Já ao ouvir tua voz, tons quentes guardei ao ocaso,
Desse instante aqueci outros, pardos, desde então,
Por seus frios tremores a que os temores dão azo...


E já da vida, por sua constante incerteza tornada linda,

Amazona num galope, agora uno, cheio de intenção, tão...
Sinto o quanto - tanto! - ela, a minha, é tua, já... e ainda!


"(...) O amor é essa força incontida
Desarruma a cama e a vida
Nos fere, maltrata e seduz
É feito uma estrela cadente
Que risca o caminho da gente
Nos enche de força e de luz (...)"
Vinícius de Morais, Deixa Acontecer

1 comentário:

Pedro Ferro disse...

Tenho sempre dificuldade em passar p palavras aquela expressão que fazemos após ler algo que nos toca... será um "fogo..." ou será um "...dasse"?

Lol, de todas as formas, mais uma vez realizaste um poema que mo fez reler umas qtas vezes... porque me soa bem na cabeça, pq tenho-me de inteirar de toda a sua dimensão, pq o apresentas descontruido mas tão sólido...

Pronto, confesso que o do "Vinicius", rivaliza c o teu ao mesmo nível... ;) mas tb é o Vinicius, n é?